Quarta-feira 11 Fev 2009, 9h:32
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Sou um sentimento errante, um contraste ambulante que vagueia por entre a multidão, espalhando o ódio sem hesitar sempre acabo agarrado ao calcanhar de quem um dia a mim estendeu a mão.
Mais uma vez a covardia bate a minha porta, arrancando de mim toda segurança e certeza que outrora fui capaz de conquistar. E a coragem, insiste em me visitar nos momentos mais inoportunos, me soprando aos ouvidos palavras de conforto em meio à solidão. Nada parece estar no seu devido lugar, tudo passa e nada fica além desse triste vazio em meu olhar.
A inércia age sobre meu corpo mantendo-o num estado sempre constante, enquanto meus instintos continuam adormecidos e o coração falsamente aquecido, assisto meus anseios fugirem de minhas mãos cada vez mais distante.
A vida me cansa e eu canso da vida, estou sempre presente em corpo e ambição mas ausente de palavras e convicção, no dia me faltam horas pra tentar reverter os danos sofridos, arrancar de meus pulsos todos espinhos, e finalmente curar a ferida.
Se eu ao menos falasse um pouco do que penso talvez o meu céu tivesse mais cor, mas costuro minha boca com acalentos e linha que nunca cederão a força de meu alento, que hoje em dia é brisa mas outrora já foi vento soprando tímido e carente esvaindo seu calor.