Sexta-feira 16 Jan 2009, 9h:52
A emoção da descoberta é realmente fascinante, imagino o que pensa um garimpeiro ao deparar-se com o brilho reluzente de uma pepita de ouro. O entusiasmo domina meus pensamentos ao "encontrar" músicas e bandas novas ao acaso (ou não), é como se o espírito aventureiro de algum Viking desbravador possuísse minha alma.
Sim, o parágrafo acima foi um pouco enaltecedor a meu ver, porém exprime de modo lúdico as emoções sentidas por esse narrador em suas descobertas mundanas. No âmbito musical, inicio pela lembrança da primeira K7 (sim, fita), copiada, recopiada,divulgada e imaculada pela gurizadinha do bairro( o qual moro até a presente data).A maldita era a demo-tape dos Raimundos, eu tinha uns doze anos e WTF era aquilo? Recordo-me claramente de estar sentado na cama escutando Nega Jurema e tentando entender aquela sonoridade maluca.
A infância foi marcada por alguns clássicos, Bee gees,Direstraits,Beatles,Elvis.Era muito forte a busca por músicas e artistas novos e desperto da influência existencial que a música causava-me, fui adiante.Aqui cabe uma pequena pausa nostálgica mediante a falta que sinto daquela uniãoXcompetição das pessoas comprando, trocando,copiando músicas em K7 e posteriormente em Cd's.Agora é um processo extremamente simples e solitário,basta um click e a música está disponível para a audição.Não que não goste, muito pelo contrário o advento da Internet possibilitou-me conhecer muitas coisas antes inimagináveis mas é que…havia um certo romantismo naquilo tudo.
Outra descoberta que cabe aqui citar, foi Rammstein.Defino aquele momento como uma "pedrada afú" na cabeça,sim fiquei estarrecido ao ouvir aqueles alemães insanos com suas guitarras e sintetizadores infernais.Com alguma música dance dos anos 90 foi meu primeiro contato com um corpo feminino,sim bailinho dançante,um quarto escuro e bumm,dali saia mais um homem.Inúmeras desilusões amorosas e existenciais beberam em fontes como NIN,Johnny Cash,Ney Lisboa,Bob Dylan e sem os quais talvez não tivesse me recuperado.
Várias fases, muitas bandas boas, tantas outras ruins e partindo desta experiência revela-se o aprendizado maior: A música é camaleônica.
Não segue regras, época ou religião. Representa o papel necessário ao momento, e aqui não aponto gêneros ou estilos musicais. Refiro-me única e exclusivamente ao Elemento Música.Definida como "Elemento",a música agora toma corpo e é como se fosse a força motriz deste que aqui vos relata.
Tal qual descoberta da pepita reluzente, a descoberta do "corpo" musical por assim dizer, eleva meu espírito transcendendo a matéria e tornando me uno com o universo. Não se trata mais de desvendar sonoridades ou descobrir artistas, trata-se do efeito lisérgico que ela causa no cerne desta pobre criatura.
Defino aqui os CINCO Elementos:
Água, Ar, Terra, Fogo e Música!
* Os fatos citados não seguem ordem cronológica.